A economia como ela se apresenta no momento é suicida, insustentável por dentro e por fora; por dentro, ao gerar dissensões sociais que tendem a serem insuportáveis ao concentrar a renda e enriquecer assombrosamente alguns poucos. Pelo seu lado físico, externo, porque as demandas da economia em expansão superam o rendimento sustentável dos ecossistemas consumindo a sua dotação de capital natural, destruindo lentamente os seus sistemas de apoio. A combinação desses dois ingredientes dá o tom da tragédia atualmente vivida e deve (ou deveria) dimensionar e direcionar os esforços necessários para tentar mudá-la. Apesar da grande popularidade do desenvolvimento sustentável e de muitas pessoas estarem convencidas da existência de problemas ambientais reais e globais - como a mudança climática decorrente do aquecimento global -, as mudanças fundamentais das políticas atuais, ainda seguem em evidente contradição com a maioria das experiências cotidianas. O uso exacerbado de recursos naturais e a poluição, o consumo desenfreado e estimulado, o culto à imagem... todos estes são exemplos relacionados de uma racionalidade produtiva em crise. Para definir algumas regras comuns para o exercício de uma racionalidade ambiental, é preciso começar a prestar maior atenção em alguns de seus aspectos essenciais.